quarta-feira, 30 de abril de 2008

PORTFÓLIOS DE ILUSTRADORES

ILUSTRADORES


Portfólio - Sérgio RamosPinturas, desenhos, sonhos, memórias... tudo junto e com um resultado surpreendente. Confira!

Portfólio - Tadeu CostaVeja aqui um pouco do trabalho e talento desse artista mineiro.

Portfólio - Marcio LevymanMarcio Levyman, ilustrador com vários trabalhos para jornais, revistas e livros importantes, apresenta-nos uma amostra de sua arte.

Portfólio - Tânia RicciVeja aqui um pouco do trabalho e talento de Tânia Ricci.

Diálogos com a CidadeContando a história e repensando a cidade de São Paulo através da fotografia. É o que fizeram os fotógrafos Luciana Fátima e Arlindo Gonçalves.

Portfólio - Vânia MedeirosVermelho com verde, verde com roxo, roxo com verde e azul. Tudo combina que dá gosto. Vânia Medeiros mostra um pouco de seu trabalho com desenho e colagens.

Portfólio - Patrícia Maria WollAnjo, buriti, caramujo, cachorrinho e debutante. Veja um pouco do belo trabalho da artista plástica e ilustradora Patrícia Maria Woll.

Portfólio - Tereza YamashitaMas o conteúdo não pode ficar com ciúme. Veja um pouco das muitas capas de livros criadas pela escritora e designer Tereza Yamashita.

Portfólio - Löis LancasterO artista plástico e ilustrador, Löis Lancaster mostra um pouco de sua arte. É de torcer o nariz mesmo!!

terça-feira, 29 de abril de 2008

PALAVRA E SOMBRA

Palavras
11/4/2008 17:56:00

Palavra e sombra
Por Leda Tenório da Motta

Aparentemente, temos aqui o contrário do poeta que não encontra as suas palavras. Já que quem mais fala aqui é a linguagem. Estaríamos diante de uma poesia que arrisca tudo nas palavras. De uma criação do mundo pela palavra. De uma poesia feita de palavras.

De fato, palavras não faltam a Luis Serguilha. Parecem ser bem maiores que a própria vida _ se é que há vida antes das palavras _ , de tal modo que a encobrem. Buscam saltar para fora da página, assumindo, muitas vezes, a letra garrafal. Fazem estranhos elos que explodem ainda mais a sintaxe já explodida e implodida dos poetas originais. Rimbaud explode, Mallarmé implode, mostrou Augusto de Campos em Rimbaud Livre. São exasperadoras porque nada nunca termina de ser dito. Deixam o sentido eternamente adiado. Oferecem o espetáculo do nonsense, do segredo, da sombra espessa da linguagem. Se lembrarmos que a firma clássica articula representação da natureza e pensamento, e que a firma romântica faz pender a balança da representação para o lado da natureza, tecnicamente, o desequilíbrio, aqui, é o do Barroco, neste caso, desesperado. Para o riso amarelo de Francis Ponge, diríamos que não se vai aqui muito além do ímpeto, da tentativa, do drama de dizer. O que é uma homenagem prestada ao partido da expressão.

O sentido não está oculto, não está para ser buscado, está mais para ausente. O que faz o seguinte sentido: estamos numa turbulência verbal sem controle. De fato, se o hangar é o abrigo no interior do qual se enclausuram coisas, segundo os verbetes dos dicionários, neste caso, nada fecha o buraco metafísico. Até porque as palavras são vento, como diria a sabedoria antiga.

Tantas delas assim ao léu parecem criticar a vanidade de nos esforçarmos até as idéias e os sentimentos, o homem e seus problemas, inclusive políticos (lembranças de Saramago!). O poeta de Hangares do Vendaval tem razão de esquivá-los. Em sã consciência, nesta altura dos acontecimentos, quem poria o quê _ que questões, de que ordem, que questões de ordem, como se diz nas assembléias _ no centro de uma poesia? E quem haveria de lhe cobrar do quê exatamente está falando, e o que foi mesmo que aconteceu?!

Não podemos saber o que aconteceu. Para tais perguntas enquadradoras não há sequer um começo de resposta nas sombras espessas em torno das palavras no texto de Luis Serguilha. O fato, por si só, sugere que se trata de uma poesia interessante, por mais difícil que seja reconhecer uma poesia interessante, principalmente no calor da hora de sua publicação. Já que, apesar do tormento dessa dispensação verbal sem centro, sem limites, o diferencial aqui parece ser o jorro, justamente, a contundência, a energia. Apreciada _ aliás _ desde a experiência brasileira da poesia que sai do traço epigramático, do minimalismo, da astúcia, do jeu de mot concretista, diluindo-o até o cadáver, tanta loquacidade só pode ser vista como salutar.

Mas numa segunda análise, são talvez as coisas e não as palavras que importam. Tratar-se ia da realidade. Do universo simplesmente físico. De uma experiência simplesmente sensível. De uma De Natura Rerum, mas desenfreada.

Agora, estaríamos nos elementos desencadeados, na criação divina (por assim dizer) e não na criação de algum poeta que se tomasse por Deus. A ponto de então nos perguntarmos: seria Hangares do Vendaval um poema cosmogônico, desses que já não se fazem mais? Uma eureka? Uma ciência? Uma máquina do mundo camoniano-drummoniano-haroldiana mais uma vez repensada?

E já que Serguilha me confessa (por telefone) apreciar alguns artistas da palavra que encamparam o parâmetro das artes plásticas _ e não o da música _ seria ele, antes que um falador, ou um lírico verborrágico, algum pintor do universo, que quer descrevê-lo, apresentá-lo, captá-lo sensualmente, para tanto entrando na interioridade dos objetos de todos os reinos, vegetal, animal, mineral e industrial? Seria ele um artista plástico que não nega que é conterrâneo e vizinho de porta do fantasma de Camilo Castelo Branco, que se suicidou exemplarmente, ao saber-se fadado a ficar cego, quer dizer, a não mais ver o mundo extra-linguagem, ainda que fosse para melhor interiorizá-lo? Jogaria ele no time dos que pensam que a poesia são algumas linhas e por trás uma imensa paisagem?

A terceira hipótese é: nem um nem outro. Nem palavras, nem coisas! De fato, como tudo aqui é observado de muito _ mas muito _ perto, chegamos a descritivismos tais da natureza que, no fim das contas, e por excesso de zelo, tudo vira metáfora. O poeta quer ir às partes mais entranhadas, mais escondidas, mais inéditas do que encontra fora de si. Mas para narrá-las tem que buscar apoio em si mesmo. É próprio de qualquer arte que nada possa dar a ver senão dentro dos seus próprios termos! Assim, a variedade dos fatos externos acaba solicitando virtuosismos verbais que redundam numa natureza desnaturada, imaginária, alucinatória, surreal:os “pássaros esplendorosos dos arquivos”, as “ortografias das corujas”, a “cerveja autografada”, o “burburinho da pedra- pomes”, o “mar das sutilezas vinhateiras”, a “ervagem bicéfala”...

Há aqui o efeito vertiginoso de um choque, de uma telescopagem da palavra e da coisa. Uma disposição em abismo de que não podemos dizer se rende reflexões sobre a linguagem vista através dos objetos ou o contrário. O fato é que, olhando bem, as coisas reduzem-se às palavras... e vice-versa. Tendo começado na expressão e passado da expressão à experiência e à existência, terminamos num transe enlouquecido.

Apesar da dificuldade extrema de se tirar algo desse perfeito impasse em que achamos que Serguilha se movimenta, aparentemente em busca de algum hangar em que se enclausure, para salvar-se _ para salvar-nos _ da loucura, talvez se possa arriscar dizer alguma coisa, totalmente no escuro, e interrogativamente, sobre o significado deste seu novo livro.

Por que será que, ao lê-lo, não consigo parar de pensar em A Tentação de Santo Antão de Flaubert? Será que é porque Flaubert, que escrevia romances como quem faz poesia, nunca achando suas palavras, como notou Borges em Discussão, representa o seu santo no momento mesmo em que as palavras da Bíblia a levam ao delírio? Será que é porque há uma natureza violenta em volta da montanha em que o santo é tentado e é dali que procede o diabo?

Ou será que toda esta catástrofe que não sabemos bem qual é, o que não a impede de ir tomando proporções, ao longo dos 16 passos numerados da via crucis de Serguilha, não se deixaria ler à luz do poema Aubade de Philip Larkin sobre a destruição do mundo, como uma espécie de epígrafe por sobre os tempos atuais: “the sure extinction that we travel to”?
Fica a pergunta.

Leda Tenório da Motta é crítica literária, tradutora e professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Publicou, entre outros, Francis Ponge- O Objeto em jogo (Imago, 1997) e Proust- A Violência sutil do Riso ( Perspectiva, 2007). E-mail: ltmotta@pucsp.br
http://www.cronopios.com.br/

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Hoje tem Pão e Poesia no palco do Stereoteca!


Toda quarta-feira um poeta abre um show


Hoje, 23/04 tem Lecy Pereira


quarta-feira, 16 de abril de 2008

Os escritores que escrevam!

Prêmio Leya

Leya, a maior empresa editorial portuguesa, que controla as editoras Caminho, Dom Quixote, Texto Editores e ASA, lança um prêmio que figura desde já entre os mais importantes das literaturas em língua portuguesa. O Prêmio Leya dará €100.000 ao melhor romance inédito escrito em português. O júri poderá também recomendar a atribuição de um ou mais “Prêmios Leya – Finalistas” no valor de €25 mil para cada obra.

Os romances agraciados com a premiação serão publicados por uma das editoras do grupo e vão ser distribuídos simultaneamente em todos os países que adotam oficialmente a língua portuguesa. Podem concorrer ao prêmio autores de qualquer nacionalidade, consagrados ou iniciantes. O prazo máximo para o envio dos originais é 15 de junho de 2008. O vencedor do prêmio será anunciado na Feira do Livro de Frankfurt, em outubro deste ano. O regulamento pode ser acessado em www.leya.com.

O júri vai analisar as obras concorrentes ao prêmio por “prova cega”, isto é, sem conhecimento da identidade dos autores, depois de uma seleção prévia feita por uma comissão julgadora. O presidente do júri será o escritor e poeta português Manuel Alegre (vencedor do Prêmio Pessoa 1999). O corpo de jurados é diversificado e inclui representantes de vários países da comunidade lusófona. Fazem parte dele: o escritor português Nuno Júdice, o professor de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, o escritor angolano Pepetela (Prêmio Camões 1997), o catedrátrico moçambicano Lourenço Rosário, o romancista brasileiro Carlos Heitor Cony e a crítica literária Rita Chaves, professora da USP, especialista em literaturas em língua portuguesa e pesquisadora da Universidade Cândido Mendes.

Com sede em Lisboa, a Leya é hoje a maior empresa editorial portuguesa, líder no mercado de edições gerais. Ocupa também lugar de destaque no mercado do livro didático e paradidático. Entre os autores no catálogo das editoras do grupo estão José Saramago, Antonio Tabucchi, António Lobo Antunes, José Cardoso Pires, Sophia de Mello Breyner Andersen, Pepetela, José Eduardo Agualusa, Ondjaki, João Ubaldo Ribeiro, Graciliano Ramos, Moacyr Scliar, Mário de Carvalho, Mia Couto, Gonçalo Tavares, entre outros grandes nomes do mundo lusófono.
O grupo editorial Leya pretende editar este ano cerca de mil novos títulos e estima um faturamento de €90 milhões. O presidente Miguel Paes do Amaral diz que a estratégia de atuação da Leya é uma aposta na língua portuguesa, falada por mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.

SERVIÇO:Prêmio LeyaEncerramento das inscrições: 15 de Junho de 2008.Premiação: Feira do Livro de Frankfurt, outubro de 2008.Mais informações e regulamento em www.leya.com.

6º Concurso Literário da Guemanisse

6º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CONTOS E POESIAS / 2008
www.guemanisse.com.br
editora@guemanisse.com.br

Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove o 6º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CONTOS E POESIAS, composto por duas categorias distintas:
a) Contos;
b) Poesias,
o qual será regido pelo seguinte

REGULAMENTO

1. Podem concorrer quaisquer pessoas, desde que os textos inscritos sejam em língua portuguesa. Os trabalhos não precisam ser inéditos e a temática é livre.

2. As inscrições se encerram no dia 19 de maio de 2008. Os trabalhos enviados após esta data não serão considerados para efeito do concurso, e, assim como os demais, não serão devolvidos. Para tanto será considerada a data de postagem (correio e internet).

3. O limite de cada CONTO é de até 6 (seis) páginas e o de cada POESIA é de 2 (duas) páginas. Os textos devem ser redigidos em folha A4, corpo 12, espaço 1,5 (entrelinhas) e fonte Times ou Arial.

4. As inscrições podem ser realizadas por correio ou pela internet da forma seguinte:
a) Via postal (correio): os trabalhos podem ser enviados em papel, CD ou disquete 3 ½ para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. CAIXA POSTAL 92.659 - CEP 25.953-970 - Teresópolis – RJ;
b) Internet: os trabalhos devem ser enviados, em arquivo Word, para os e-mails editora@guemanisse.com.br ou guemanisse@globo.com

5. Tanto os CONTOS quanto as POESIAS devem ser remetidos em 1 (uma) via, devendo, em folha (ou arquivo) separada, conter os seguintes dados do concorrente:
nome completo / nome artístico, com o qual assina a obra;
categoria a que concorre / data de nascimento / profissão
endereço (com CEP) / e endereço eletrônico (e-mail).

6. Cada concorrente pode realizar quantas inscrições desejar.

7. Para a categoria CONTOS, o valor de cada inscrição é de R$ 20,00 (vinte reais), podendo o autor inscrever até 2 (dois) textos por inscrição. Para a categoria POESIAS, o valor de cada inscrição é de R$ 20,00 (vinte reais) podendo o autor inscrever até 2 (dois) textos por inscrição. Os valores devem ser depositados em favor de GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA, na Caixa Econômica Federal, Agência 2264, Oper. 003 Conta Corrente Nº 451-7 ou no BRADESCO, Agência 2801-0, Conta Corrente Nº 8582–0.

8. Os comprovantes de depósito (nos quais os concorrentes escreverão o nome) devem ser remetidos para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. pelo correio, pela internet (escaneados) ou para o fax (0XX – 21) 2643-5418 (lembramos que os moradores da Cidade do Rio de Janeiro devem discar o código de área). Nenhum valor de inscrição será devolvido.

9. Os resultados serão divulgados pelo nosso site www.guemanisse.com.br pela mídia e individualmente (por e-mail) a todos os participantes, no dia 21 de julho de 2008.

10. Cada Comissão Julgadora será composta por 3 (três) nomes ligados à literatura e com reconhecida capacidade artístico-cultural. Ambas as Comissões podem conceder menções honrosas ou especiais.

11. As decisões das Comissões Julgadoras são irrecorríveis.

12. Para cada Categoria (Contos e Poesias), a premiação será nos seguintes valores:
a) Premiação em dinheiro:
1º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais) e publicação do texto em livro;
2º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e publicação do texto em livro;
3º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais) e publicação do texto em livro.
b) Premiação de publicação em livro:
Os textos premiados, inclusive os que forem agraciados com menção honrosa, serão publicados em livro (sem ônus para seus autores, inclusive de remessa postal) e cada um destes autores receberá dez exemplares, em troca do que cedem os direitos autorais apenas para esta edição específica que não poderá ultrapassar a tiragem de 2.000 (dois mil) exemplares. Os exemplares restantes desta edição serão preferencialmente distribuídos por bibliotecas e escolas públicas.

13. A inscrição no presente concurso implica na aceitação plena deste regulamento.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Todos os convites para o Stereoteca - 2008

Confira a programação de abertura (16/4) e o agendamento anual







domingo, 13 de abril de 2008



SARAU DE POESIA

Participantes do Projeto Pão Poesia no Centro de cultura Lagoa do Nado.

Perfomance poética com os convidados: Diovvani Mendonça e Lecy Pereira

Coordenado por Ricardo Evangelista.
24/04, Quinta- feira, às 19h.
Local: Biblioteca e Teatro de Bolso.
Apoio: RC/Poética


PÃO, POESIA E MÚSICA
O café da manhã dos mineiros ganhará um reforço a partir de abril com o projeto "Pão e Poesia - em qualquer esquina em qualquer padaria". A iniciativa do poeta Diovvani Mendonça levará 112 poemas para a mesa dos mineiros através da impressão das obras em 300 mil embalagens de pão, que estarão espalhadas por padarias de Belo Horizonte e região metropolitana.

O objetivo do Pão e Poesia é abrir espaço para novos escritores e incentivar a leitura despertando o interesse das pessoas pelos poemas através da publicação das obras em lugares inusitados. "Creio que a poesia tem que sair das estantes e assaltar o instante das pessoas. A poesia tem que ser pop e não apenas feita para os iniciados que geralmente fazem poemas uns para os outros e formam grupos fechados como se fossem seitas", explica o idealizador do projeto.

Para escolher os poemas Diovvani estabeleceu três categorias: poetas homenageados, convidados e selecionados. O poeta homenageado é André Carneiro, que terá seu poema impresso na frente de todas embalagens da primeira edição juntamente com a obra do artista plástico Guido Boletti que cedeu a imagem do quadro "il grande alto" para ilustrar o poema. Entre os convidados, 30 nomes que já possuem algum reconhecimento na literatura ou na música terão seus textos impressos no verso das embalagens juntamente com os 81 poemas que foram selecionados por três jurados através da internet no final de 2007.
Entre os convidados estão nomes como Entre Affonso Romano de Santana, Bruno Brum, Fabrício Brandão, Fabrício Carpinejar, Kiko Ferreira, L.Rafael Nolli, Makely Ka, Nicolas Behr, Renegado, Rynaldo Papoy, Paulo Urban e Pedro Pan.

Parcerias

Para aproximar ainda mais as obras poéticas do público Diovvani fechou uma parceria com o festival de música Stereoteca, propiciando que 14 poetas apresentem suas obras antes de alguns dos 23 shows que acontecerão entre abril e outubro. Segundo a idealizadora do Stereoteca, Danusa Carvalho, o que chamou sua atenção no projeto foi "o barulho que ele fez com uma iniciativa tão simples e ao mesmo tempo tão interessante".
Outros parceiros contribuem para o viabilizar o projeto como a empresa MIXPAN que distribuirá as embalagens de pão gratuitamente e o Estúdio Raposa que divulga o projeto em Portugal e conseguiu fazer com que dezenas de portugueses se inscrevessem. Além deles, a Secretaria de Cultura de Minas Gerais, a Rádio Inconfidência e a Casa Sol dão apoio cultural à idéia.

A Casa Sol, empresa mineira de embalagens de papel para padarias, irá imprimir as embalagens gratuitamente. A empresa envolveu também todos os seus fornecedores que patrocinaram o projeto: Celulose IRANI, que doou 2,5 toneladas de papel kraft branco, a Studio A4 que doou parte dos clichês e a Simon que doou as tintas para impressão.
Coletiva de Imprensa

Na quinta-feira (10) o Stereoteca oferece um café da manhã no qual será apresentada a programação em detalhes. Na ocasião estarão presentes artistas, parceiros e patrocinadores à disposição dos jornalistas para esclarecimentos e divulgação. A coletiva acontecerá às 10hr no Espaço Cultural Ambiente, (Rua Grão Pará, 185 no Santa Efigênia – BH). Pede-se confirmar a presença pelos telefones 3309 6031 / 6071

Sobre Diovvani Mendonça
Diovvani Mendonça tem 44 anos e é natural de Belo Horizonte. Trabalha como Analista de Sistemas em Contagem e atualmente mora em um sítio em Esmeraldas onde criou a Árvore de Poemas (
www.arvoredospoemas.blogspot.com), que consiste em colocar folhas de papel com poemas dentro de garrafas PET (frutos-poemas) e pregá-las nas árvores. Em sua biografia constam apresentações em palestras, participações em publicações, projetos culturais e discos, além da manutenção de outros blogs voltados para a poesia como o www.diovmendonca.blogspot.com e o www.paopoesia.blogspot.com . Em 2008, além de encabeçar o projeto Pão e Poesia Diovvani pretende colocar em prática na região metropolitana de BH o projeto "Margarida, poesia em movimento – uma injeção de poesia nas artérias da realidade". Margarida, é uma velha Rural Willis 73 com a qual ele pretende parar nas praças juntamente com outros artistas e ler poemas, promover lançamentos e oferecer livros gratuitamente para as pessoas. Para viabilizar essa idéia ele quer estabelecer parcerias e convida as pessoas e empresas interessadas a fazerem contato.
No segundo semestre de 2008 Diovvani e o poeta Lecy Pereira Sousa, realizarão o "1º VIVA POESIA, POESIA VIVA" em prol da revitalização do Parque Fernão Dias, que fica próximo a PUC CONTAGEM. "O Parque Fernão Dias é uma mini Amazônia de Contagem e está sub aproveitado e praticamente abandonado. O Parque Ecológico Lagoa do Nado de Belo Horizonte, é um bom exemplo do que poderia se tornar o Parque Fernão Dias para Contagem – um lugar onde as pessoas poderiam, além de revitalizar os pulmões ter acesso a cultura, lazer e esporte".

Outras informações
Leo Santiago
leosantiago@gmail.com
(031) 84187530

"UM PÉ DE QUÊ"


“UM PÉ DE QUÊ?”
* José Augusto F. Sousa



No nosso jeitão mineiro, nunca perguntamos, quando queremos saber a profissão de alguém, qual atividade ele exerce... Nós todos, das Gerais, que economizamos dinheiro, palavras e até sílabas, sempre simplificamos a nossa curiosidade. Daí, a pergunta resumida: - Fulano mexe com quê?
É o bastante para ficarmos sabendo se tal cidadão é médico, advogado, psicólogo, fazendeiro ou o que mais alguém possa ser, inclusive vagabundo...
Vê lá, se vamos ser detalhistas como Lineu (Karl von Line, sueco, que viveu de 1707 a 1778), considerado o pai da botânica moderna, quando queremos saber o nome científico de uma espécie pertencente ao ramo da biologia que tem por objetivo o reino vegetal?...
É muito mais fácil, para quem inquire e quem responde, a pergunta mineiríssima: - Isso é “um pé de quê”?
Tal é, também, o título de um interessantíssimo programa de conhecimentos gerais, dirigido e apresentado, na TV Futura, pela versátil, culta, simpática e inteligente artista da rede Globo, Regina Casé.

A ESTRELA, EM CARNE E OSSO...

Pois não é que domingo passado, eu vi a artista Global chegar na fazenda que tem o poético nome de “Montes Verdes”, para conhecer um pouco mais sobre um pé de pau?
Regina Casé, depois de montada sua parafernália eletrônica, apontou para uma talvez centenária acrocomia aculeata e, rodeada de técnicos, iluminadores, cinegrafistas, sonoplastas, curiosos e outros muitos, sapecou logo a pergunta: - Isso é um pé de quê?
Indagou da pessoa certa, pois, estava diante de Synéas Martins Campello, filho de Lulu Campello e de Sá Lia, que ali vive desde 79 anos atrás, rodeado de palmeiras, de uma paisagem lindíssima, e que conhece tudo do assunto sobre o qual era perguntado...
Synéas estava muito à vontade, eis que, cercado da esposa, dos filhos, tão queridos, das noras e dos netos inteligentes e irrequietos, além de ter ao derredor aqueles homens simples e amigos, que o ajudam na dureza da vida diária.

UMA AULA DE BOTÂNICA MINISTRADA PELA VIDA...

É lógico que deixou de lado o nome científico da palmeira e explicou que se achavam diante de um dos incontáveis pés de macaúba da região, talvez herança dos índios Cariris, e cujos frutos são popularmente chamados de cocos-babões, cocos-de-espinhos ou cocos-catarro.
Pesquisador atento, colecionador de textos e arguto observador, Synéas tinha muita coisa a contar, a fim de matar a curiosidade da entrevistadora e de todos nós, que acompanhávamos os passos dos dois.
Homem que não foi além do quarto ano do curso primário, mas nunca deixou de ler, estudar e contemplar a natureza, começou por mostrar, distribuídas em vários pratos, as muitas fases de beneficiamento do fruto. Todos viram as amêndoas maduras e verdes, inteiras ou trituradas; a casca do coco, de grande valor combustível; a ração para gado e aves, de excelente qualidade nutritiva; o óleo grosso e o refinado, que podia ser extraído a baixo custo; o valor de tais líquidos, para produção de cosméticos, e a excelência do sabão, oriundo daqueles coquinhos, que pareciam valer tão pouco...

O “PROFESSOR PARDAL”...

O importante, e o que suplantou a expectativa de todo mundo, ali presente, foi a constatação de que aquele maquinário de beneficiamento da macaúba é filho da observação e da experimentação de Synéas, que dedicou sua vida às pesquisas e ao desenvolvimento do sistema que criou. Tudo pensado por ele! Tudo fabricado por ele! Máquinas rudimentares, concebidas a partir de outros aparelhos já em desuso ou inservíveis, eram o dínamo a mover aquele homem obstinado, que alimentava ideal e sonhos a cumprir.
Criativo demais, os amigos davam-lhe o apelido de “professor Pardal”, pois a exemplo daquela habilidosa figura das histórias em quadrinhos, ele não se detinha diante das dificuldades. Sempre chegava a uma nova solução...

DESAMBICIOSO E DESPRENDIDO

Synéas nunca escondeu o que recolheu através de muita experimentação e observação. E ao longo da vida, vem se prestando a difundir seus conhecimentos e exibir as grandes vantagens do cultivo e do aproveitamento da macaúba.
Recebe visitantes de todos os pontos do Brasil e dá aulas práticas para doutores, , sendo que até mesmo um grande grupo de caciques de uma tribo do Xingu, já esteve conhecendo e aprendendo os métodos que emprega na exploração de sua fazenda.
Quando lhe perguntam se já ganhou dinheiro com a difusão do conhecimento, responde que a melhor paga é mesmo poder ensinar...
E Synéias é exatamente assim, bastando a constatação de que nunca registrou patentes de qualquer uma das suas iinvenções.

UM DIA INTEIRO DE ENSINAMENTOS

Fazendo girar suas máquinas rudimentares e barulhentas, que rompem a paz do lugar, o modesto fazendeiro-cientista não parou de discorrer sobre sua ação. Regina Casé e equipe sempre eram satisfeitos em sua curiosidade, eis que, postados diante de um homem tão diferente, tão desigual, que praticamente privado da visão, continua pesquisando, aprendendo e lendo através dos olhos da única filha mulher, Maria Angélica.

O HOMEM SENTIMENTAL

Ele gosta de falar dos pais e de outros antepassados. Reverencia a memória dos amigos que já se foram e volta o pensamento para os irmãos que morreram, meninos ainda, na “casa velha da fazenda”.
De repente, dá uma trégua em suas lições de vida, despe-se do chapéu surrado e seu rosto envelhecido pela dura faina se ilumina! É quando os olhos, enevoados pela quase-cegueira, ganham uma luz que talvez lhe permita ver Deus! E aí conta que, daquelas terras diminutas e das palmeiras que apontam para o céu, tirou o necessário para colocar, heroicamente, um diploma de doutor nas mãos de cada um dos filhos...

UM ALMOÇO BEM MINEIRO

Chegou o momento da trégua, para a refeição da equipe da TV Futura e de quantos participavam daquele dia particularmente significativo.
Sentado com Dona Deja, esposa e companheira de lutas, ao lado da famosa artista da rede Globo, Synéas continuou mostrando o seu talento diversificado, declamando textos que a sua prodigiosa memória guarda de cor e que foram o complemento (mais do que dispensável) para temperar o almço, rigorosamente mineiro, que mereceu aplausos de todos os presentes, além de provocar suspiros pelas deliciosas sobremesas que foram servidas.

UMA SURPRESA EMOCIONANTE

Quando o sol já se escondia por detrás dos verdes montes, a apresentadora do programa “Um pé de quê?” viu-se surpreendida por uma comovedora homenagem, que lhe fora escondida o dia todo.
Estava no lugar propício: Jequitibá, em cujo município fica a fazenda “Montes Verdes”, é reconhecidamente a “Capital Mineira do Folclore”, e tal manifestação da arte e da alma popular não poderia estar ausente naquela ocasião.
Entoadas por Dona Deja e suas irmãs, ouviram-se, para coroar aquele dia tão feliz, cantigas de roda, que fizeram Regina Case, e todos nós, nos despedirmos do encontro com muita alegria e emoção.

* José Augusto : Presidente da Academia Sete-Lagoana de Letras