quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Tela eo Texto se agigantam

Notícias – Leitura para todos


03/07/2008

Leitura para todos divulga os autores e textos selecionados para o projeto Leitura no metrô, em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU

Alexandre Acampora
· Diamantina

Amanda Karla De Sousa
· Dissipação
· Secas

Anderson Higino
· (sem título)
· Canção de quem ouve recado da Lua
· vie en Rosa

André Leão Moreira
· As formigas de meu doce

Carla Paulino de Castro
· Acreditei
· Coração numeroso

Carlos Cammerom
· Feedback
· Tópico

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
· Consumidores do medo

Clevane Pessoa de Araújo Lopes (haicais sob o pseudônimo Haruko) - Convidada no Projeto Pão e Poesia
· A chuva pingando
· Do ovo da manhã
· Idosos são belos
· Ontem, todas águas
· Passarada ao sol
· Pássaros nos fios
· Saboreio o sol
· Soldados na lama:
· Trova
· Asas a dançar

Danilo Paiva Ramos
· Descrição
· Quarto
· Brisa
· Jornal Capital
· Migrante

Deborah Munhoz
· A grande onda
· Visceral

DI Rosa Sousa Figueiredo
· Não sei que nomes têm

Diovvani Mendonça (Criador do Projeto Pão e Poesia)
· Auto-elogio à minha alma-palhaça
· Blindado
· Caminhante
· Capim navalha
· Creia-me
· Et'sceteras
· P x p = 2P´s == P´D+
· Papagaiado
· Passos mágicos
· Pequena descoberta noturna
· Sobre os tempos modernos
· Transfusão
· Ziar

Elmo cordeiro
· A Gata Borralheira

Fátima Soares Rodrigues
· Eterna companhia

Ferreira Leste
· Incógnita

Frederico Eymard Evald Rezende
· Coração numeroso
· Metrô
· Metrô

Gilbert Daniel da Silva
· Poema cinematográfico
· Poética
· O metrô o trem o bonde
· Sicrano
· (sem título)
· A Missão
· O cachorro, o carro, o menino
· O copo caiu no chão e se quebrou

Guilherme Afonso Brasil Coelho
· Facetas do amor
· Troca

Gustavo Tanus Cesário de Souza
· Lance
· Lavoura
· Trapezistas

Inez Alves
· O (a)mar de Minas
· Outra poesia que quer ser rap
· Palavras paralelas
· Palavras...
· Perguntinhas ???
· Poesia Chinfrim...
· Poesia desestranhada
· Prece

Isabel Furini
· O poeta

Jairo Rodrigues
· (sem título)
· Blue
· E ser
· Feminal
· Rosas, espinhos

Jean Carlos Alves dos Santos Martins
· Agonia

Jonas Pinheiro de Araújo
· Feijão e Maria
· Trago de poesia

José Aloise Bahia
· Curtos 1
· Curtos 2
· Curtos 3
· Curtos 4
· Curtos 5

Juliane Matarelli
· Colar
· Encontro d'além mar
· Lua-Maria
· Text Drive

Júnia Sales Pereira
· A moribunda
· A parte final
· Em partes
· Vivenda

Jussara Santos
· Corpus I
· Passional
· Nua em pêlo ou no quarto nosso de cada dia

Kátia Nunes da Cruz
· Chovendo

Leila Barros
· Canto para quem ouve recado de Lua
· Desforra
· Identidade
· Mulher-luz

Leonardo Ruggio
· HORIZONTE
· PALMEIRA

Luciano Machado Tomaz
· Ladeiras
· Por uma vida...
· Sobre um certo Pierre
· Sórdido Ser
· No fim

Luiz Carlos Cavalcanti de Albuquerque
· Crianças

Luiz Fernando Proa
· Declaração
· Momento
· Momento Mágico
· Realidade
· Sagração

Márcia Araújo
· Uma cidade...
· Verbos

Márcio Ronei Cravo Soares
· Dedicatória

Marcos Antônio de Oliveira
· Café com rapadura

Maria José de Queiroz
· Joaquina, filha do Tiradentes
· Minas Gerais, "estado d'alma"

Osmar Pereira Oliva
· Balada das cinco mulheres do azeite de oliva
· Tempo das águas
· Uma carta para Isaac

Patrícia Namitala Leite
· Cidade do interior
· Matemática pronominal

Paulo Filipe Alves de Lacerda
· Poema da Ausência

Pollyanna Rodrigues Leite
· Mandala
· Casa grande

Rafael Guimarães Tavares da Silva
· Auto-Soneto
· E agora, Drummond?
· Minhas Gerais
· Sonho de profissão

Rafael Lovisi
· Anti-Pós-Modernidade
· Confissão a Nara Leão
· Dia-amante-tinha (1º ato)
· Fluxos (ou terra de mim)
· Memórias de José (3º ato)
· Meta-gozo-lúcido (2º ato)
· Quarto e último ato
· Teatro (prólogo)
· Um sopro de morte (amando Clarice)

Renata Cabral
· Resposta
· (sem título)
· No bolso, a lente de contato

Ricardo Evangelista
· História de uma viola
· (sem título)
· dirigo...
· Iniciação
· Menestrel de toda mata
· Montanheiro
· Quantas mula tem o lote?
· Quem avisa com samba amigo é
· Tapa no capeta

Rita Lages
· No limiar do sono ou mise-en-abîme noturno

Ronaldo Xavier da Cruz
· Me dê pelo menos este direito

Seu Ribeiro
· Ária nupcial
· Fruto de cultivar
· Moleque arteiro
· Película sertaneja
· Um roteiro que apraz

Soninha Porto
· susPENSO
· Luz em meus dedos,
· Por segundos

Tânia Diniz (haicais)
· 1*
· 2*
· 3*
· 4*
· 5*
· 6*
· 7*
· 8*
· 9*
· 10*
· 11*
· 12*
· 13*

Vinicius Fernandes Cardoso (Selecionado no Projeto Pão e Poesia)
· Roteiro
· Elegia

Vinícius Macedo
· Alma Mineira
· Sensorial
· Unidade Fragmentada

Link : http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/leituraparatodos_bh_noticias.html

sábado, 5 de julho de 2008

XXIV Prêmio de Poesia Internacional Nósside - 2008

XXIV Prêmio de Poesia
Internacional Nósside – 2008

http://www.nosside.com/


Prezadas senhoras e Prezados senhores,
o Prazo para as inscrições
foi prorrogado ao 7 julho 2008
para a Poesia Escrita e a Poesia em Musica (Canção)
e ao 12 julho para a Poesia em Vídeo

Cordiais Saudaçoes Literarios
Prof. Pasquale Amato
Presidente do Pr
êmio

CONVITE-WEB TERÇAS POÉTICAS JULHO 2008

Pelo poeta Joaquim Palmeira:


www.cachaprego.blogspot.com

Oficina Poesia de Quintal - Expressão Sensorial


Oficina no "Ninho das Pedras"


Venho convidar-lhe para a inédita oficina" Poesia de Quintal - Expressão Sensorial" que acontecerá no dia 13 de julho de 2008 ( domingo)no Sítio Ninho das Pedras do irmão e poeta Diovvani Mendonça, criador o Pão e Poesia.
As inscrições podem ser feitas no site http://www.belopoetico.com.br/
Sem dúvida há de ser um momento agradável e imperdível.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

ensaio sobre FERNANDO PESSOA - revisado





Sobre a obra de Fernando Pessoa

Breve ensaio

Fernando Pessoa: Faces e Sombras

Um dos temas mais inusitados da literatura moderna é o dos

heterônimos de Fernando Pessoa, o célebre poeta lusitano que

foi reconhecido depois de morto. A condição fragmentária, de

muitas perspectivas, de seus 'outros autores' tem importunado

os bons literatos desde o momento em que o baú do poeta foi

aberto em pública exumação.

Pois enquanto vivo Fernando Pessoa somente foi reconhecido

pela obra "Mensagem", publicada em 1934, quando de um

concurso a nível nacional, sendo os demais poemas publicados

com freqüência em revistas literárias, a saber, Orpheu, Centauro,

Portugal Futurista, Atena, Presença, Momento, Sudoeste, Seara

Nova, dentre outras, desde 1915, quando levou a público poemas

que escrevia desde 1911/12, com inspirações ora clássicas,

ora ocultistas.

Para lidar com suas múltiplas influências, Pessoa passou a

ser 'pessoas', cada uma com características próprias e estilos

peculiares. Faces múltiplas para melhor apreender o mundo,

uma vez que não existe uma perspectiva ideal para se enxergar

tudo. Então - semelhante ao deus dos gnósticos - Pessoa resolveu

se 'despedaçar', se fragmentar para melhor sentir de todos os

modos em todos os momentos. Mas para isso - para tornar-se

mais 'futurista' - ele precisou 'matar' o seu eu mais naturalista,

mais agrário, mais 'sossegado', o seu mestre Alberto Caeiro.

Quem é Alberto Caeiro? Ele diz, "Sou um guardador de rebanhos.

O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são

todos sensações." Ou seja, ele logo diz que é mais sensações,

mais emoção do que razão, enquanto sabemos - bons leitores

que somos - que Pessoa é do tipo racionalista, mesmo com suas

lições de astrologia... Em contrapartida, Álvaro de Campos é

emoções em torvelinhos, mas ainda muito erudito, muito culto,

muito cheio de conhecimentos, os mesmos que Caeiro não detém.

Então como poderia ser Caeiro e Campos ao mesmo tempo?

Caeiro é reconhecido como 'mestre', mas deixado a beira do

caminho. Não há lugar para o seu olhar de girassol, ainda mais

num mundo tecnocrata a sempre cobrar informações,

conhecimentos enciclo-pédicos, miríades de filosofias e dogmas,

pois Caeiro tem mais é sentimento, "Eu não tenho filosofia:

tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que

ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso,", ou seja, ele ama

SEM SABER, sem ficar se explicando, sem ficar se justificando.

Logo Caeiro morre e sobra o desassossego. Morre o lado positivo

de Whitman em Pessoa, e sobra o Bernardo Soares a querer se

explicar. Aquele livro indigesto, "O Livro do Desassossego".

Amontoado de desculpas e falências. Mas é que Pessoa ele-

mesmo vivia em atribulações emocionais e deixa-se seduzir

pelos ocultismos disponíveis e obscuros, em visitações com

Crowley, em consultas com teosofias outras, sem encontrar

um lugar no mundo, sem saber quem ele realmente era. Ele

era muitos, como se dizia Whitman. Mas Whitman tinha se

livrado de seu lado sombrio (seu lado Poe, digamos) enquanto

Pessoa ele-mesmo era o pessimista leitor de Baudelaire, de Poe,

de simbolistas decadentes, enquanto buscava um classicismo

régio já inexistente, em odes (as de Ricardo Reis) que mais

evocavam um passado de planícies romanas e rios povoados

por ninfas e faunos. Uma idealização da "calma e do

sossego", uma vez que o "calmo e sossegado", o finado Caeiro,

não poderia mais ser o homem natural.

Então daí o "o poeta é um fingidor", pois Pessoa era consciente

de sua obra de 'fingimentos' para expressar exatamente quem

ele era - um homem em fragmento, um 'pessoas'. Lendo

Whitman - e desejando ser Whitman - e lendo Horácio e Virgílio -

e querendo ser um poeta latino, e lendo e traduzindo Poe e

Crowley, o 'lado sombrio' que nem toda a tecnocracia do mundo

poderia sufocar (vide a alta tecnologia alemã envolta em

paganismo nazista!) Ou melhor, o 'lado sombrio' é impossível

de ser sufocado - por mais que as odes sejam 'singelas' ou

'puras' há todo um rancor - que é próprio de um Baudelaire!

E em Caeiro há um ideal de progresso -bem ao gosto dos

futuristas - mas um rancor com o progresso!

Um auto-deprezo (demonstrado em "Poema em linha reta"!),

o sentimento de não ser moderno o suficiente (o que é ser

moderno? Vide um Rimbaud, por exemplo!), um imolar-se

em emoções (que as odes sejam triunfais ou ébrias-marítimas

são sempre um esfaquear-se lírico!), onde não há lugar para

um (digamos)HOMEM ÍNTEGRO?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode

haver tantos!


(Tabacaria, Álvaro de Campos)

Não um homem natural, mas máscaras. Não há uma integridade

mental, mas construtos de personalidade que vazam em versos

num papel. Daí a morte do 'eu natural', o rural Alberto Caeiro,

o simples, a FACE PANTEÍSTA, de amor com tudo, o lado

positivo que encontramos num Whitman, e se conservam a

FACE OBSCURA, dele mesmo, fã de Poe, Baudelaire e Crowley,

lado a lado com a FACE FUTURISTA, Álvaro de Campos,

cantando e regurgitando o progresso, e a FACE PESSIMISTA,

do tipo clássica, um Ricardo Reis, sóbrio e intimista, afogado em

odes; e do tipo urbana, um Bernardo Soares, apagado cidadão,

a rabiscar notas dignas de um Schopenhauer.

Quem é Fernando Pessoa? Certamente o homem que matou

Alberto Caeiro. O mestre que ele carregou pela vida toda - e

nunca conseguiu ressuscitar. O olhar de girassol que todo

menino tem e que se perde num mundo de mascaramento

e espelhos disformes. Um saudosismo do "ser íntegro' quando

adultos somos chamados a adotar PAPÉIS SOCIAIS, de

estudante, noiva, marido, empregado, patrão, desempregado,

viúva, cidadão, moça de família, prostituta. E onde a 'integridade',

a 'autenticidade' ?

Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.

(Tabacaria)

Num mundo de máscara não há lugar para a autenticidade.

E hipócritas entre hipócritas vamos seguindo a vida. Fernando

Pessoa consciente desse 'teatro' ainda ironiza a própria cons-

ciência derramada em seus "versos inúteis",

Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

(Tabacaria)

Jun/08

Por

Leonardo de Magalhaens